terça-feira, 8 de julho de 2008

Painel sobre situação da América Latina

Miguel Sorans (Argentina)

Militante socialista há muitos anos, Miguel Sorans começou dizendo que se vive, na América - Latina, uma série de lutas contra os EUA. Para ele, essa situação começou em dezembro de 2001, na Argentina, nas manifestações que ficaram conhecidas como ‘Argentinazo’. Contudo, segundo Sorans, em outros países houve processos semelhantes como na Bolívia e Equador.

Ele considera que a tentativa de golpe contra o governo de Hugo Chaves na Venezuela é importante e que, naquela ocasião, o imperialismo foi derrotado pelas massas venezuelanas: “Isso criou um período de re-nacionalização, ainda que elas sejam parciais e sejam feitas por um nacionalismo burguês”, afirmou.

Para o militante, a não implementação da Área de Livre Comércio na América Latina (ALCA) em todo o continente mostra que o imperialismo está na defensiva, no entanto, também houve vitórias como os TLC´s e as vitórias na Colômbia.

Além dos ascensos revolucionários, o palestrante considera a revolução anti-burocrática um outro fenômeno político importante. Ele comentou que a eleição de governos ‘frente populares’ é resultado da mobilização das massas, que foram para a ‘esquerda’. Isso acontece “pois as massas ainda não têm uma direção revolucionária”, afirmou.

Segundo Sorans, existem diferenças entre Lula e Tabaré Vazques (Uruguai), e também entre Hugo Chavez e Evo Morales. “Não estamos de acordo com Morales, não acreditamos no fascismo da Meia Lua, precisamos apoiar as mobilizações para exigir de Evo que se avance na expropriação”, disse.

Ele afirmou ainda que as expropriações não são novas na história da América Latina, e que a grande maioria delas as empresas foram indenizadas. “Nossa palavra central na Venezuela deve ser a estatização completa, sem indenização e com 100% de controle operário”.

Sorans concluiu afirmando que se deve seguir com o tema que une esse encontro (ELAC). Para ele, as manifestações e as lutas irão fazer surgir uma nova direção: “essa é a chance de mudança do futuro para que não percamos a oportunidade”.

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