terça-feira, 8 de julho de 2008

Painel sobre situação da América Latina

Valério Arcary (Brasil)

Professor do Cefet de São Paulo, Valério Arcary, iniciou sua palestra dizendo que o I Congresso da Conlutas teve um impacto sobre as trajetórias de cada um dos ativistas. “Essa reorganização pode melhorar qualitativamente a luta de classes no país”, disse.

Ele lembrou das grandes mobilizações dos últimos 30 anos, como as que iniciaram a derrubada da ditadura, depois o Fora Collor e as no final dos anos 1990. “Agora, pela 1ª vez, abriu se a oportunidade de uma dimensão histórica, desde 1968, pois naquele tempo, os núcleos revolucionários eram menores”, afirmou.

Para Valério, os tempos mudaram, pois ativistas estão rompendo com seus dirigentes: “isso não acontece todos os dias, isso permite mudanças políticas”. Arcary diz que as greves e manifestações deixam lembranças nas cabeças dos trabalhadores, e nesse espaço é onde novas direções podem ser forjadas.

Ele lembrou também que há uma crise econômica, no mundo e a lição da história é que nessas crises o sistema fica mais vulnerável, mas a burguesia tentará fazer com que os trabalhadores paguem as contas. “Essa será a hora de se medir forças”, afirmou.

Arcary abordou, por fim, que a construção de uma oposição de esquerda é central para um drama histórico que pode se repetir, pois com o enfrentamento que se avizinha a disputa pelo poder pode estar colocada na ordem do dia. E os militantes revolucionários correm os riscos de dois erros: o sectarismo e o oportunismo. O último, em sua opinião, exerce muito mais pressão sobre todos os ativistas.

Depois de falar sobre a situação na Venezuela, onde, para ele, não há independência em relação ao imperialismo e nem à burguesia, Arcary concluiu dizendo que se construir uma organização de esquerda não é fácil, “mas esse deve ser o nosso objetivo”.

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